segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os Tópicos do Modulo 12

  • Vida e obra José Saramago
  • Acção
  • Personagens (caracterização de personagem)
  • Espaço
  • Tempo
  • Narrador
  • Elementos simbólicos
  • Linguagem e estilo de José Saramago
  • Relatório da Visita de Estudo a Mafra
  • O meu Curriculum Vitae

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Biografia de José Saramago


 
     José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas.
       No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Infância/Juventude

• 1930 -Muda-se para a escola do Largo do Leão.

• 1932 -Matricula-se no Liceu Gil Vicente.

• 1934 -Devido à falta de recursos económicos da família, é obrigado a transferir-se para a Escola Industrial Afonso Domingues.

• 1939 -Acaba os estudos de Serralharia Mecânica na Escola Industrial Afonso Domingues. Consegue o primeiro trabalho como Mecânico

• 1940 -É um frequentador nocturno da Biblioteca do Palácio das Galveias, onde, sem nenhuma instrução, lê tudo o que pode.

• 1944 -Contrai matrimónio com a pintora Ilda Reis.

• 1947 -Publica a sua primeira novela, Terra do Pecado; Nasce a sua filha, Violante.

• 1949 -Clarabóia é o título de uma novela que nunca chegou a ser publicada. Saramago optou por deixar esta obra inédita.

• 1959 -Abandona a Companhia de Seguros, para trabalhar exclusivamente na Editorial Estúdio Cor. Ocupa o lugar de editor literário, deixado em aberto por Nataniel Costa aquando do início da sua carreira diplomática.

• 1966 -Publica o seu primeiro livro de poesia, Os Poemas Possíveis.

• 1969 -Torna-se membro do Partido Comunista Português.




• 1970 -Divorcia-se de Ilda Reis; Publica Provavelmente Alegria (poesia) e reúne as crónicas publicadas no diário A Capital, sob o título Deste Mundo e do Outro.

• 1972 -Exerce funções de editorialista no Diário de Notícias.

• 1973 -Publica A Bagagem do Viajante. Antes de abandonar o Diário de Notícias, dirige o seu Suplemento Literário.

• 1974 -Edita o seu primeiro volume de crónicas políticas. A seguir ao 25 de Abril, é chamado para trabalhar no Ministério da Comunicação Social.

• 1976 -Durante alguns meses muda-se para Lavre, Montemor-o-Novo, local onde convive com os trabalhadores da União Cooperativa de Produção Boa Esperança. Deste relacionamento nascerá Levantado do Chão.

• 1975 -É nomeado director-adjunto do Diário de Notícias. A 25 de Novembro, fica no desemprego, situação que o leva a tomar uma das decisões mais importantes de sua vida: decidiu dedicar-se exclusivamente à escrita, enquanto continuava com as traduções, a sua única fonte de rendimento fixa. Publica O Ano de 1993, o seu, até à data, último livro de poemas.

• 1977 -Publica Manual de Pintura e Caligrafia (novela).

• 1978 -Escreve um livro de contos, Objecto Quase

• 1979 -É atribuído o Prémio da Associação de Críticos Portugueses à sua peça de teatro, A Noite. É publicada a obra colectiva Os Cinco
Sentidos




• 1980 -Publica o livro que marca o início do "estilo saramaguiano", Levantado do Chão. É-lhe atribuído, por esse romance, o Prémio Cidade de
Lisboa. Publica outra peça de teatro: Que Farei com Este Livro?

• 1981 -É publicado o livro Viagem a Portugal, sendo este o resultado de
uma viagem que fez pelo país, encomendada pelo Círculo de Leitores.

• 1982 -Recebe dois prémios: PEN Clube Português e o Literário do Município de Lisboa, pelo seu novo êxito, Memorial do Convento.

• 1984 -Publica O Ano da Morte de Ricardo Reis, livro galardoado com o Prémio do PEN Clube Português e com o Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus.

•1985 -Condecorado Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada.

• 1986 -Publica A Jangada de Pedra.

• 1987 -Publica A Segunda Vida de Francisco de Assis (teatro).

• 1988 -Casa com Pilar del Rio, jornalista espanhola.

1989 -Publica História do Cerco de Lisboa.

• 1990 -Estreia da ópera Blimunda, no Teatro Alla Scala de Milão.

• 1991 -Publica aquele que foi, talvez, o romance mais polémico de toda a sua obra, Evangelho Segundo Jesus Cristo.
     • Recebe o doutoramento honoris causa da Universidade de Sevilha.
     • Condecorado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas (França).
• 1992 -O Governo veta a candidatura do seu romance Evangelho segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu.
• 1993 -Muda-se para Lanzarote, Ilhas Canárias. Torna-se membro do Parlamento Internacional de Escritores, com sede em Estrasburgo.
• 1994 -Publica o primeiro volume do seu diário, Cadernos de Lanzarote. Membro da Academia Universal das Culturas, de Paris. Sócio honorário da Sociedade Portuguesa de Autores.
• 1995 -Publica Ensaio sobre a Cegueira.
É galardoado com o Prémio Camões, distinção máxima para escritores de Língua Portuguesa. Doutorado honoris causa pela Universidade de Manchester (Grã-Bretanha).
• 1996 -Viaja até ao Brasil para receber o Prémio Camões.
• 1997 -Publica Todos os Nomes.
                                      
                                                                                          • 1998 -Prémio Nobel da Literatura


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ACÇÃO: Memorial do Convento

A análise de Memorial do Convento permite constatar a existência de duas narrativas simultâneas: uma de carácter histórico e outra ficcionada.
A acção principal é a edificação do convento de Mafra – desejo e promessa de D. João V e a acção secundária é a história de amor entre Blimunda Sete-Luas e Baltasar Sete-Sóis; a construção da passarola (sonho de Bartolomeu de Gusmão).
Na acção principal encaixam-se outras acções, constituindo diferentes linhas de acção que se articulam com a primeira.





                           1º linha de acção
                      A do rei – D. João V
Abrange todas as personagens da família real e relaciona-se com a segunda linha de acção, uma vez que a promessa do rei é que vai possibilitar a construção do convento.
Esta linha tem como espaço principal a corte e, depois, o convento, na altura da sua inauguração, no dia do aniversário do rei.

                                                 



                   2º linha de acção

                                                                            A dos construtores do convento

Esta é a linha da acção principal da histórica, a par da quarta - a que respeita à construção da passarola. Esta segunda linha de acção vai ganhando relevo e une a primeira à terceira: se o convento é ao sacrifício dos homens, aqui representados por Baltazar e Blimunda, que ela se deve. Glorificam-se aqui os homens que se sacrificam, passam por dificuldades, mas que também as vencem.


   

                                                  3º linha de acção

                                                                           A de Baltasar e Blimunda

Nesta linha relata-se uma história de amor e o modo de vida dos portugueses. Baltasar e Blimunda são os construtores da passarola; Baltasar é também, depois, contructor do convento, constituindo-se como paradigma da força que faz mover Portugal - a do povo.

                                                




                                                   4º linha de acção

                                                                            A de Bartolomeu Lourenço

Relaciona-se com o sonho e o desejo de construir uma máquina voadora. Articula-se com a primeira e a segunda linhas de acção, porque o padre é mediador entre a corte e o povo. Também se enquadra na terceira linha, dado que a construção da passarola resulta da força das vontades que Blimunda tem de recolher para que a passarola voe.


     






Verifica-se a existência de um plano ficcional que se cruza com a História, uma vez que a construção da passarola, evento a que a História se refere, acaba por ser ficcionada quando se afirma que se moverá pela força das "vontades" que Blimunda recolhe.
A construção da passarola é o fio condutor de toda a narrativa pois consegue-se observar quase todos os passos, e até partilhar do entusiasmo das personagens, enquanto que da construção do convento só se sabe as fases da construção. Parece, até, que só a partir do décimo sétimo capítulo é que a passarola cede lugar ao convento. Na realidade, é a construção da máquina que conduz a narrativa e é ela que materializa o sonho dos seus construtores e lhes vai permitir a fuga de um mundo dominado pela injustiça e pela  que caracteriza a política vigente.

As sequências narrativas, que fazem parte da acção, podem surgir articuladas de três maneiras diferentes:      
       - Encadeamento: por exemplo, o desenrolar da relação amorosa entre Blimunda e Baltasar, a partir do momento em que se conhecem no auto-de-fé, onde a mãe de Blimunda é condenada, até ao reencontro do casal no final da acção, na altura em que Baltasar está a ser queimado na fogueira da Inquisição. 
       - Encaixe: por exemplo, as histórias de vida que Francisco Marques, José Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, João Anes, Julião Mau-tempo e Baltasar Mateus contam uns aos outros (Cap. XVIII), quando estes se encontram longe dos seus lares a trabalhar na construção do convento.
       -Alternância: por exemplo, a história de Manuel Milho sobre uma rainha e um ermitão (Cap. XIX) é contada por partes, à noite, dando lugar à narração de outros eventos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Personagens

     No romance, há dois tipos de personagens distintos: as históricas e as ficcionais. Saramago pretende evidenciar dicotomicamente dois tipos de vivências humanas: uma, em que os homens se servem dos seus semelhantes para atingir determinados objectivos; outra, em que os homens se servem dos próprios meios para alcançar esses mesmos fins. Tal facto está ao serviço da intenção do autor, que pretende fazer a análise das condições sociais, morais e económicas da corte e do povo.

     As personagens históricas pertencem a uma classe social privilegiada (nobreza/clero) que vive a seu belo prazer, menosprezando os interesses do povo:

     D. João V – rei de Portugal. De carácter vaidoso, magnificente e megalómano pretende deixar uma obra que ateste a grandeza da sua riqueza e do seu poder, ainda que para tal se tenha de sacrificar o povo. É um “marido leviano”, cuja relação com a rainha se pauta, essencialmente, pelo cumprimento de deveres reais e conjugais. A caracterização do rei é feita predominantemente através da descrição das suas acções e dos seus pensamentos – de modo indirecto.

      D. Maria Ana Josefa – oriunda da Áustria, a rainha revela-se extremamente devota e submissa, cujo papel se resume basicamente a dar herdeiros ao rei…








     A infanta D. Maria Bárbara – filha primogénita do casal real. Tem cara de lua cheia, é bexigosa e feia,
mas boa rapariga, musical a quanto pode chegar uma princesa (XXII). Casa aos 17 anos com o infante D.
Fernando de Espanha, pelo que não chega sequer a ver o convento erigido em honra do seu nascimento…
 
    O infante D. Francisco – irmão de D. João V. é um homem sem escrúpulos que cobiça o trono e a
esposa do rei, bem como se entretém a provar a sua boa pontaria de espingarda nos marinheiros que
estão nos barcos ancorados no Tejo…

     Domenico Scarlatti – músico italiano. É um homem de completa figura, rosto comprido, boca larga e firme, olhos afastados (XVI). Foi contratado para dar lições de música à infanta D. Maria Bárbara. Também ele partilha o segredo da construção da “passarola”, deslocando-se várias vezes à quinta do duqe de Aveiro
onde toca cravo para gáudio dos presentes…

     João Frederico Ludovice – arquitecto alemão, contratado para construir o convento de Mafra que sabe que uma vida, para ser bem sucedida, haverá de ser conciliadora, sobretudo por quem a viva entre os degraus do altar e os degraus do trono (XXI) …

     O padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão – Figura que tem fundamento histórico. Imbuído de um espírito aberto e despreconceituoso, movimenta-se na corte e na academia de Coimbra. Acalenta o sonho de um dia voar, daí o seu projecto da “passarola”, apoiado por el-rei D. João V de quem é amigo. Mantém, do mesmo modo, laços de profunda amizade com Baltasar e Blimunda, que o ajudam na construção da “máquina voadora”, e com quem, segundo as suas palavras, forma uma trindade terrestre, o pai, o filho e o espírito Santo (XVI). Transtornado com a perseguição da Inquisição, refugia-se em Toledo, onde acaba por falecer…
caracterização indirecta.


     Note-se que, na caracterização das personagens pertencentes a este grupo, há, quase sempre, um tom depreciativo e, não raro, irónico que marca o distanciamento temporal e, sobretudo, afectivo do narrador.
Pelo contrário, a caracterização das personagens ficcionais, a quem o narrador confere maior destaque, reveste- se de um tom francamente positivo e valorativo, tanto mais que pertencem na sua maioria a um grupo social desfavorecido e, muitas vezes, explorado/oprimido pelas classes do poder.

Os dois tipos de personagens, as histórias e as ficcionais – cuja caracterização é predominantemente indirecta e psicológica – convivem em simultâneo, sendo a intenção narrador, ao apresentar duas vivências antagónicas, desmascarar injustiças sociais quase sempre negligenciadas pela História ao longo do tempo.
    
     Baltasar Mateus – de alcunha, o sete-sóis, esteve na guerra de sucessão de Espanha, durante quatro anos,da qual foi dispensado por ter perdido a mão esquerda em combate. De regresso, começa por trabalhar no açougue no Terreiro do Paço, em Lisboa. Num auto-de-fé conhece Blimunda, a quem se liga amorosa e espiritualmente. A convite do padre Bartolomeu Lourenço, ajuda a construir a “passarola”, sonho que passa também a ser seu. Mais tarde, trabalha nas obras do convento de Mafra, primeiro como servente e, depois, como boeiro. Após a morte do padre, zela pela preservação da “máquina voadora” e, um dia, por descuido, é levado ao acaso, acabando por ser queimado 9 anos depois num auto-de-fé pela Inquisição. Trata-se de um homem do povo, analfabeto e humilde, que aceita a vida tal como esta se lhe apresenta. Ao longo da acção, vai-se dando conta do seu envelhecimento (XIII)
     Blimunda de Jesus – uma mulher do povo, a quem o padre Bartolomeu Lourenço, baptiza de “sete-Luas”. Vive um amor apaixonado, franco e leal com Baltasar. Tem o dom de, em jejum, ver o interior das pessoas e das coisas, o que lhe permite recolher as duas mil “vontades” indispensável para a “passarola” voar. Os seus olhos são evidenciados, por diversas vezes, (V). Detentora de grande densidade psicológica e de uma perseverança sem limites, procura “o seu homem” durante nove anos, unindo-se ao mesmo numa comunhão espiritual ao resgatar a sua “vontade” quando finalmente o reencontra num auto-de-fé em que este está a ser queimado no fogo da Inquisição… O nome de Blimunda, estranho e raro tal como a personagem que o veste, teria surgido ao narrador, talvez pela musicalidade que ele encerra ou pela magia das suas três sílabas, símbolo da perfeição. Esta figura representa a força que permite ao povo a sua sobrevivência, assim como contestar o poder e resistir.

     Sebastiana Maria de Jesus – mãe de Blimunda, um quarto de cristã-nova condenada a ser açoitada em
público e ao degredo por ter “visões e revelações” (V). Ao avistar a filha no meio da multidão que assiste à
procissão dos sentenciados pelo Santo ofício, de quem também faz parte, interroga-se sobre a identidade do
homem “tão alto, que está perto de Blimunda” …
     Marta Maria – mãe de Baltasar, é quem recebe o “filho pródigo” e Blimunda em sua casa, quando estes vão pela primeira vez juntos a Mafra.

     João Francisco ­ – pai de Baltasar (X). homem do povo cuja subsistência reside na agricultura…
     Inês Antónia – irmã de Baltasar, mãe de dois filhos, que sofre a morte do rapaz mais novo, com pouco mais de dois anos…
     Álvaro Diogo – homem do povo e antigo soldado (IV) com quem Baltasar trava amizade ao chegar a
Lisboa…
     Os trabalhadores do convento – personagem colectiva, cuja “força bruta” e esforço desmedido são
explorados de forma desumana. De entre estes, distinguem-se, nomeadamente: Francisco Marques, José
Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, João Anes, Julião Mau-Tempo…

     O povo em geral – massa anónima tantas vezes subestimada e esquecida pela História – é apresentado como o verdadeiro herói, na medida em que foi à custa do seu sacrifício, e muitas vezes da própria morte, que se tornou possível a edificação do megalómano convento. Saramago (tal como Luís de Sttau Monteiro fez em Felizmente há Luar!, se bem que em situações politicas diferentes) sentiu a necessidade de repensar os acontecimentos e as figuras à luz de uma nova realidade criada no presente e que tem implicações na construção de valores sociais futuros.

Espaço

O espaço físico


São dois os espaços físicos nos quais se desenrola a acção: Lisboa e Mafra.

Lisboa, enquanto macroespaço, integra outros espaços:
  • TERREIRO DO PAÇO,
  • ROSSIO
  • E SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Espaço físico

  • Terreiro do Paço
Local onde Baltasar trabalha num açougue, após a sua chegada a Lisboa. É onde decorre a procissão do Corpo de Deus.
  • Rossio
Este espaço aparece no início da obra como o local onde decorrem o auto-de-fé e a procissão da Quaresma ou dos penitentes.
  • S. Sebastião da Pedreira
Trata-se de um espaço relacionado com a passarola do padre Bartolomeu de Gusmão, ligada, assim, ao carácter mítico da máquina voadora. No época, S. Sebastião da Pedreira era um espaço rural, onde existiam várias quintas que integravam palacetes.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Espaço físico Mafra

  • Mafra é o segundo macroespaço. Até à construção do convento, a vida de Mafra decorria na vila velha e no antigo castelo, próximo da igreja de Sto. André.

  • A Vela foi o local escolhido para a construção do convento, que deu lugar à vila nova, à volta do edifício. Nas imediações da obra, surge a "Ilha da Madeira", onde começaram por se alojar dez mil trabalhadores, ascendendo, mais tarde, a quarenta mil.

  • Além de Mafra, são ainda referidos espaços como Pêro Pinheiro, a serra do Barregudo, Monte Junto e Torres Vedras.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O espaço social

  • O espaço social é construído, na obra, através do relato de determinados momentos (ou episódios) e do percurso de personagens que tipificam um determinado grupo social, caracterizando-o.

  • Ao nível da construção do espaço social, destacam-se os seguintes momentos:
  1. PROCISSÃO DA QUARESMA
  2. AUTOS-DE-FÉ
  3. A TOURADA
  4. PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS
  5. O TRABALHO NO CONVENTO

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O espaço social Procissão da Quaresma

  • Procissão da Quaresma

  • excessos praticados durante o Entrudo (satisfação dos prazeres carnais) e brincadeiras carnavalescas - as pessoas comiam e bebiam demasiado, davam "umbigadas pelas esquinas", atiravam água à cara umas das outras, batiam nas mais desprevenidas, tocavam gaitas, espojavam-se nas ruas.

  • penitência física e mortificação da alma após os desregramentos durante o Entrudo (é tempo de "mortificar a alma para que o corpo finja arrepender-se”)

  • descrição da procissão (os penitentes à cabeça, atrás dos frades, o bispo, as imagens nos andares, as confrarias e as irmandades)

  • manifestações de fé que tocavam a histeria (as pessoas arrastam-se pelo chão, arranham-se, puxam os cabelos, esbofeteiam-se) enquanto o bispo faz sinais da cruz e um acólito balança o incensório; os penitentes recorrem à autoflagelação

  • o narrador afirma que, apesar da tentativa de purificação através do incenso, Lisboa permanecia uma cidade suja, caótica e as suas gentes eram dominadas pela hipocrisia de uma alma que, ironicamente, este define como "perfumada“.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O espaço social (Autos-de-fé)

  • Autos-de-fé (Rossio) Neste relato, são de salientar os seguintes aspectos:

  • o Rossio está novamente cheio de assistência; a população está duplamente em festa, porque é domingo e porque vai assistir a um auto-de-fé (passaram dois anos após o último evento deste tipo)

  • o narrador revela a sua dificuldade em perceber se o povo gosta mais de autos-de-fé ou de touradas, evidenciando com esta afirmação a sua ironia crítica perante um povo que revela um gosto sanguinário e procura nas emoções fortes uma forma de preencher o vazio da sua existência


  • a assistência feminina, à janela, exibe as suas toilettes, preocupa-se com pormenores fúteis relativos à sua aparência (a segurança dos sinaizinhos no rosto, a borbulha encoberta), e aproveita a ocasião para se entregar a jogos de sedução com os pretendentes que se passeiam em baixo

  • a proximidade da morte dos condenados constitui o motivo do ambiente de festa; esta constatação suscita, mais uma vez, a crítica do narrador - na realidade, o facto de as pessoas saberem que alguns dos sentenciados iriam, em breve, arder nas fogueiras não as inibia de se refrescarem com água, limonada e talhadas de melancia e de se consolarem com tremoços, pinhões, tâmaras e queijadas;

  • sai a procissão - à frente os dominicanos; depois, os inquisidores

  • distinção entre os vários sentenciados (através do gorro e sambenito), assim como o crucifixo de costas voltadas, para as mulheres que irão arder na fogueira;

  • menção dos nomes de alguns dos condenados (inclusivamente,o de Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda)

  • início da relação entre Baltasar e Blimunda

  • punição dos condenados pelo Santo Ofício - o povo dança em frente das fogueiras

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O espaço social Tourada

Tourada (Terreiro do Paço)
  • o espectáculo começa e o narrador enfatiza a forma como os touros são torturados, exibindo o sangue, as feridas, as "tripas“ ao público que, em exaltação, se liberta de inibições ("os homens em delírio apalpam as mulheres delirantes, e elas esfregam-se por eles sem disfarce”

  • dois toiros saem do curro e investem contra bonecos de barro colocados na praça; de um saem coelhos que acabam por ser mortos pelos capinhas, de outro, pombas que acabam por ser apanhadas pela multidão

  • A ironia do narrador é ainda traduzida pela constatação de que, em Lisboa, as pessoas não estranham o cheiro a carne queimada, acrescentando ainda numa perspectiva crítica, que a morte dos judeus é positiva, pois os seus bens são deixados à Coroa.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O espaço social (Procissão do Corpo de Deus)

1. Preparação da procissão:

  • Descrição dos "preparos da festa” feita pelo narrador, que assume o olhar do povo (as colunas, as figuras, os medalhões, as ruas toldadas, os mastros enfeitados com seda e ouro, as janelas ornamentadas com cortinas e sanefas de damasco e franjas de ouro), que se sente maravilhado com a riqueza da decoração (uma reflexão do narrador leva-o a concluir que não se verificam muitos roubos durante a cerimónia, pois o povo teme os pretos que se encontram armados à porta das lojas e os quadrilheiros, que procederiam à prisão dos infractores)

  • Referência do narrador às damas que aparecem às janelas, exibindo penteados, rivalizando com as vizinhas e gritando motes

  • À noite, passam pessoas que tocam e dançam, improvisa-se uma tourada

  • De madrugada, reúnem-se aqueles que irão formar as alas da procissão, devidamente fardados.


2. Realização da procissão: 


  • O evento começa logo de manhã cedo. DESCRIÇÃO DO APARATO:
-  À frente, as bandeiras dos ofícios da Casa dos Vinte e Quatro, em primeiro lugar a dos carpinteiros em honra a S. José; atrás, a imagem de S. Jorge, os tambores, os trombeteiros, as irmandades, o estandarte do
Santíssimo Sacramento, as comunidades (de S. Francisco, capuchinhos, carmelitas, dominicanos, entre
outros) e o rei, atrás, segurando uma vara dourada, Cristo crucificado e cantores de hinos sacros.
3. Crítica do narrador:
  • Crítica do narrador às crenças e interditos religiosos;

  • Visão oficial da procissão como forma de purificação das almas, que tentam libertar-se dos pecados cometidos

  • Censura ao luxo da igreja  à luxúria do Rei

  • Histeria colectiva das pessoas que se batem a si próprias e aos outros como manifestação da sua condição de pecadores

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

EM SÍNTESE

  • As procissões e os autos-de-fé caracterizam Lisboa como um espaço caótico, dominado por rituais religiosos cujo efeito exorcizante esconjura um mal momentâneo que motiva a exaltação absurda que envolve os habitantes.

  • A desmistificação dos dogmas e a crítica irónica do narrador ao clero subjazem ao ideário marxista que condena a religião enquanto "ópio do povo", isto é, condena-se a visão redutora do mundo apresentada pela Igreja, que condiciona os comportamentos, manipula os sentimentos e conduz os fiéis a atitudes estereotipadas.

  • A violência das touradas ou dos autos-de-fé apraz ao povo que, obscuro e ignorante, se diverte sensualmente com as imagens de morte, esquecendo a miséria em que vive.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O TRABALHO NO CONVENTO

  • Mafra simboliza o espaço da servidão desumana a que D. João V sujeitou todos os seus súbditos para alimentar a sua vaidade.

  • Vivendo em condições deploráveis, os cerca de quarenta mil portugueses foram obrigados, à força de armas, o abandonar as suas casas e a erigir o convento para cumprir a promessa do seu rei e aumentar a sua glória.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ESPAÇO PSICOLÓGICO

  • o espaço psicológico é constituído pelo conjunto de elementos que traduz a interioridade das personagens. Nesta obra, o espaço psicológico é constituído fundamentalmente através de dois processos: os sonhos das personagens, que funcionam como forma de caracterização das mesmas ou que, num processo que lhes confere densidade humana, traduzem relações com as suas vivências; e os seus pensamentos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

TEMPO (O tempo diegético (tempo da história)

Trata-se do tempo em que decorre a acção.





  • O tempo da história é constituído por algumas datas fundamentais.

  • A acção inicia-se em 1711. D. João V ainda não fizera vinte e dois anos e D. Maria Ana Josefa chegara há mais de dois anos da Áustria.

  • O fluir do tempo, mais do que através da recorrência a marcos cronológicos específicos, é sugerido pelas transformações sofridas pelas personagens e por alguns espaços e objectos ao longo da obra.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O TEMPO HISTÓRICO

  • Logo no início do romance, podemos inferir que a acção tem início no ano de 1711, através da seguinte referência do narrador:

-    "(. ..) S. Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze (. . .)"

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

REFERÊNVIA CRONOLÓGICAS

As referências cronológicas mais importantes são as seguintes:


  • Em 1716, tem lugar a bênção da primeira pedra do Convento deMafra
  • Em 1717, Baltasar e Blimunda regressam a Lisboa para trabalhar na passarola do padre Bartolomeu de Gusmão
  • Em 1719, celebra-se o casamento de D. José com Mariana Vitória e de Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando (VI de Espanha)
  • Em 1730, mais propriamente no dia 22 de Outubro, o dia do quadragésimo primeiro aniversário do rei, realiza-se a sagração do Convento de Mafra
  • A acção termina em 1739, no momento em que Blimunda vê Baltasar a ser queimado em Lisboa, num auto-de-fé.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O TEMPO DO DISCURSO

O tempo do discurso é revelado através da forma como o narrador relata os acontecimentos. Este pode apresentá-los de forma linear , optar por retroceder no tempo em relação ao momento da narrativa em que se encontra ou antecipar situações.
As analepses (recuos no tempo)

  • As analepses explicam, geralmente, acontecimentos anteriores, contribuindo para a coesão da narrativa.

  • É de assinalar, anteriormente ao ano do início da acção (1711 ), a analepse que explica, em parte, a construção do convento como consequência do desejo expresso, em 1624, pelos franciscanos, de possuírem um convento em Mafra.

As prolepses (acções futuras)
A antecipação de alguns acontecimentos serve osseguintes objectivos:

NARRADOR

     Em Memorial do Convento é maioritariamente heterodiegético, quanto à presença, e omnisciente, quanto à ciência/focalização. No que respeita à sua posição, não raro profere juízos de valor, opiniões, comentários e divagações pelo que, neste caso, é subjectivo.
Há, no entanto, momentos em que o narrador empresta a sua “voz” a diversas personagens, adoptando deste modo o seu ponto de vista (focalização interna): e esta sou eu, Sebastiana Maria de Jesus… (V); e, eu, patriarca, debaixo dele… (XIII); E eu, vosso rei, de Portugal, Algarves e o resto… (XIII)

     O estatuto do narrador assume, por vezes, atitudes aparentemente contraditórias: por um lado, há uma tentativa de aproximação à época retratada não só através da reconstituição do ambiente vivido, mas também do vocabulário usado; e, por outro lado, há um distanciamento do narrador, perceptível no recurso a prolepses, à ironia e a uma actualização ao nível da linguagem. (por exemplo, a narração do cerimonial respeitante aos encontros sexuais entre o rei e a rainha (I), apesar de retratar o ritual próprio da época, reveste-se de extrema ironia, o que evidencia um narrador distanciado do tempo histórico apresentado.
     No que diz respeito a actualizações ao nível do vocabulário, o narrador não só utiliza termos usado num tempo posterior ao da diegese, como os que se prendem com a aviação; mas também procura explicitar conceitos que, na actualidade, sofreram alterações como é o caso da denominação das refeições: passou a manhã, foi a hora de jantar, que é este o nome da refeição do meio-dia, não esqueçamos (VIII).
     Trata-se, assim, de um narrador que se movimenta entre o passado, o presente e o futuro; detentor de um vasto conhecimento que lhe permite controlar a acção e as personagens.
O narratário surge no interior da narrativa, como entidade fictícia, a quem o narrador se dirige, explícita ou
implicitamente. É, portanto, o destinatário da mensagem do narrador.
Ao longo do romance, há momentos em que transparece a ideia de que o narrador participa na acção – Já passámos Pintéus, vamos no caminho… (XXII) – e outros em que o narrador envolve igualmente um tu, através do uso da primeira pessoa do plural que ora assume contornos de um eu nacional e/ou colectivo – nem parecemos aquele país civilizado… (X) – ora se trata claramente de uma interpelação a um narratário a quem dirige a sua mensagem – Blimunda não nos ouve, saiu já de casa (XXIV).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SIMBOLOGIA

     Começando pelo nome das personagens principais, há a referir que em ambas (Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas) é-nos transmitida uma ideia de união, de complementaridade e de perfeição, traduzidas pela simbologia no número 7. Ambos os nomes representam, também, perfeição, totalidade e até magia, sugeridas pela extensão trissílaba (e aqui reside a simbologia do número 3, revelador de uma ordem intelectual e espiritual traduzida na união do céu e da terra).

     Vários mutilados surgem na construção do convento, onde se inclui obviamente Baltasar. Tal situação poderá levar à interpretação simbólica de luta desmedida na construção de algo, como realização de um sonho. Baltasar, após ter perdido a mão esquerda num episódio bélico, empreende outras lutas: na construção da passarola e na colaboração na edificação do convento de Mafra. Simbolicamente, a perda de parte do seu lado esquerdo significou a amputação da sua dimensão mais nefasta, mais masculina, mais passada; ganhou, assim, uma dimensão mais espiritual, marcada pela perseverança, força, luta e sentido de futuro que sairá reforçada na associação com Blimunda.
     A riqueza interior de Blimunda apresenta-se, simbolicamente, pela força do seu olhar, possuidor de um poder mágico.
   
     Metaforicamente, surgem as duas mil “vontades” (símbolo de todos aqueles que contribuem para o progresso do mundo) necessárias para realizar o sonho do padre Bartolomeu. São vontades (nuvens) estão carregadas de um carácter eufórico (positivo); contudo, de difícil acesso. Só uma personagem como   Blimunda conseguiria interpenetrar neste mundo não material.
Ainda no que concerne à simbologia dos números, o 7 não aparece só associado aos nomes de Baltasar e Blimunda, como também à data e à hora da sagração do convento, aos sete anos vividos em Portugal pelo músico Scarlatti, às sete vezes que Blimunda passa por Lisboa à procura de Baltasar, às sete igrejas visitadas na Páscoa, aos sete bispos que baptizaram D. Maria Bárbara comparados a sete sóis de ouro e prata nos degraus do altar mor.
     O número nove surge também a simbolizar insistência e determinação quando Blimunda procura o homem amado durante 9 anos. Este número encerra também simbolicamente a ideia de procura pois, o que realmente acontece a Blimunda após os 9 anos de busca é que reencontra finalmente Baltasar, não como um encontro físico, mas místico e completo.

Linguagem e estilo

          Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-se dentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em
linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve. No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala.”

José Saramago, in Conversas, Mário Ventura, Publ. Dom Quixote, 1986







Uma das características mais notórias de José Saramago é a utilização peculiar da pontuação.
Principal marca: nas passagens do discurso directo:

  • eliminação do travessão e dos dois pontos;
  • a substituição do ponto de interrogação e de outros sinais de pontuação pela vírgula;
  • sendo o início de cada fala apenas assinalado pela maiúscula.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Relatório da Visita de Estudo a Mafra


            No âmbito do modulo 12 da disciplina de Português, onde vamos estudar José Saramago em “Memorial do Convento”, que foi publicado em 1982.
            Saímos de Beja por volta das 06h30 para chegar a Mafra por volta das 10h, hora marcada para visitarmos o Palácio Nacional de Mafra, este construído no reinado D. João V, em consequência de uma promessa feita se a rainha D. Maria Ana de Áustria lhe desse um filho. A visita foi guiada por um Guia chamado Ricardo, que tinha conhecimento da história daquele Palácio. O guia começou por explicar como era a parte exterior do Palácio e como era feita e transportado os grandes blocos de pedra e mármores e o seu estilo arquitectónico. Dos aposentes do rei ate a outra extremidade da rainha são de 232m de distancia. A direcção da obra coube a Johann Friedrich Ludwig, ourives alemão, com formação de arquitectura em Itália, que adoptou um modelo barroco clássico, com alguma influência germânica. As obras iniciaram-se em 1717, ano do lançamento da primeira pedra, e a 22 de Outubro de 1730, dia do 41º aniversário do rei D. João V, procedeu-se à inauguração da Basílica.
Disse ainda que o palácio possuía dois carrilhões, com um total de 92 sinos que pesavam mais de 200 mil quilos. Esta construção empregou mais de 52 000 trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar 330 frades. Uma das maiores pedras, e que maior trabalho deu levou a que muitos homens e animais a transportassem durante dias sem descanso, chamada de cúpula.
           Entramos na igreja, dentro da basílica onde podíamos ver 6 órgãos e em que D. João V mandou construir esta igreja para o maior número de frades.
            Em seguida fomos visitar o Palácio onde morava a rainha e o rei. O guia mostrou-nos algumas das principais divisões que estavam proposta para visitarmos na viagem, como por exemplo o quarto do rei, a biblioteca, com mais de 40 000 mil livros encadernados em ouro. A biblioteca também possuía características para que os livros não se degradassem. A sala de caça, as salas de estar dos reis e suas visitas. Terminamos a visita ao Palácio por volta das 11h30.
            De seguida fomos almoçar, para a tarde ir mos ver uma peça de teatro de José Saramago “Memorial do Convento”

                As 15h, tive-mos a oportunidade de assistir a uma peça de teatro sobre esta obra, onde os carismáticos actores nos transportaram para épocas passadas e imaginárias.
Foi desta forma que conhecemos um pouco mais D. João V, célebre pela sua persistência e magmatismo que, apesar dos seus métodos, conseguiu deixar a sua marca na História e na Arquitectura portuguesa. E também a historia de Belimunda e Baltazar em, que Belimunda tinha o dom de conseguir ver as pessoas por dentro.
As 17h30 terminaram a obra e de seguida fomos para o autocarro de onde seguimos para o Fórum Montijo, durante uma hora para podermos comer qualquer coisa ou comprar algumas coisas.
            Chegamos a Beja por volta das 20h40, hora mais ou menos programada no itinerário.

Foi uma visita de estudo muito aproveitadora, pois aumentamos os nossos conhecimentos a respeito do Palácio Nacional de Mafra e a sua história.